terça-feira, 15 de setembro de 2009

Padrões de beleza

Semana da Beleza

Esta semana começamos em nossa oficina a trabalhar o módulo de beleza.
Parte I
A partir da seguinte pergunta “O que é beleza para você?” Cada um foi desenvolvendo a construção de seu mosaico, através de colagens, desenhos e algumas frases escritas.
Em uma roda cada um apresentou seu olhar para a beleza e assim pudemos refletir sobre algumas questões que o grupo trazia. Questões bastante pertinentes: desde como a beleza está nos pequenos gestos da vida e não só na aparência, exemplo: como a beleza de um sorriso, de um amigo, da natureza. Mas pudemos perceber,também, outros recortes para uma beleza mais produzida, portanto artificial, padronizada. Neste momento algumas polemicas surgiram. Que bom! Pois isto nos permitiu perceber que estas questões não eram assim tão simples de lidar, aliás, são bem complexas.
Depois assistimos a um vídeo do youtube para gerar mais reflexão ao debate.
Aliás, aí vai uma pequena contribuição de um estudo que pode apimentar a nossa discussão e reflexão.

Argumento:
Baseada no estudo e pesquisa de Naomi Wolf “O Mito da Beleza” Como as imagens de beleza são usadas contra as mulheres.


Em seu livro Naomi faz um panorama sobre os aspectos que geraram o mito da beleza pegando como gancho e fundo de cena a revolução industrial no início do século XIX, a primeira guerra mundial e as conquistas das mulheres a partir do movimento feminista dos anos 60 e 70. Recheado de estatísticas, ela nos permiti olhar para o tema de maneira profunda e complexa.

Em seu livro consta:

"A “beleza” não é universal, nem imutável, embora o mundo ocidental finja que todos os ideais de beleza feminina se originam de uma Mulher Ideal Platônica. O povo Maori admira uma vulva gorda, e o povo Padung seios caídos. Já os homens do povo Wodaabe passam horas juntos em complicadas sessões de maquiagem e competem - usando trajes e pinturas provocantes, requebrando os quadris e fazendo expressões sedutoras – em concurso de beleza julgados por mulheres para escolherem seus parceiros".
Para ela o mito da beleza não foi sempre como é atualmente. Pode-se dizer que seu início se configurou no início do século XIX junto à revolução industrial o qual permitiu se formar novos modelos e forma de vida da sociedade. “Houve uma expansão da classe média, um progresso no estilo de vida e nos índices de alfabetização, uma redução nos tamanhos das famílias e em suas relações de unidade de trabalho familiar. Surgiu uma nova classe de mulheres alfabetizadas e ociosas e que se consolidou o culto à domesticidade e inventou-se o código da beleza. Pela primeira vez, novas tecnologias tinham condição de reproduzir em figurinos, daguerreótipos (origem da fotografia), ferrotipias e retrogravuras – imagens de como deveria ser a aparência das mulheres. Na década de 1.840, foram tiradas as primeiras fotografias de prostitutas nuas. Anúncios com imagens de “belas” mulheres apareceram pela primeira vez em meados dos séculos. Assim era a mulher Vitoriana. Disso dependia a evolução do capitalismo industrial”.


Porém, também, convém lembrar de que várias outras épocas artistas tentaram capturar as proporções geométricas da beleza projetando sistemas de medidas para o corpo humano.Esses padrões físicos influenciaram toda a arte ocidental de aproximadamente 450 a.C. ao começo do século XX, até o modernismo expandir nossas representações do corpo.

Parte II
Aprender a maquiar

Aliás, vocês sabiam que a palavra maquiagem vem do Francês, maquillage e em português seria maquilagem. Mas pelo tempo a palavra adotada acabou se por ser maquiagem (isto é um fenômeno linguístico,"Neologismo", que consiste na criação de uma palavra ou expressão nova, ou na atribuição de um novo sentido a uma palavra já existente). Eu prefiro a palavra maquiagem e vocês?
Pelo dicionário a maquilagem consiste na aplicação, com efeito, cosméticos de embelezamento, ou disfarce, seguindo-se alguns casos os ditames da moda e com uso de substâncias especificamente destinadas a tal fim. Mas ao longo deste percurso vocês perceberão que a maquiagem pode ir muito, além disto.
Enfim, vocês conheceram a linha de maquiagem que temos em sala da L’oréal Paris. E já se encantaram com ela, pois é de excelente qualidade. Perceberam que há tipos de texturas e coberturas para a os tipos de pele, quais são eles mesmos? Então fizemos o passo a passo e já começaram a colocar a mão na massa, ou melhor, nas faces. Foi bem legal!
Para finalizar, deixo-lhes outra abordagem presente no livro de: Plilip Hallawell” Visagismo integrado: identidade, estilo e beleza (editora SENAC). Aliás, um livro muito interessante, que aconselho a lerem.
Vejam o que ele considera como belo: “Considero bela a pessoa que revela suas qualidades interiores com harmonia e dentro dos princípios da estética. Há muitos tipos de beleza, mas todos são manifestações de qualidades nobres e associados à saúde física e mental. Essa definição se aproxima muito do ideal grego antigo e do conceito de arte de Jaymes Joyce. Jaymes considera três aspectos importantes para a beleza: integridade, harmonia e resplendor. Para Philip isto significa que o objeto belo tem de ser completo em si, ter harmonia e irradiar alguma qualidade, ou verdade.
Portanto a estética entra aqui como apoio em buscar esta integração e não no sentido de ser agradável somente através de fórmulas e regras.
Bom mais isto deixemos para adiante!
Até
Guta