domingo, 28 de fevereiro de 2010

Matéria sobre Visagismo parte II


























Curta ou longa metragem?

Estilo, modismos e o desejo de atrair olhares determinam o comprimento dos cabelos
Por Vera Fiori - O Estado de S. Paulo



Segundo Silvia Marques, autora do livro A História do Penteado (editora Matrix), o dilema de optar pelo comprimento dos cabelos atormenta as mulheres desde priscas eras. De Afrodite, deusa loira da beleza e do amor, passando pelo megahair de Maria Madalena ao curtinho de Joana D'Arc, muitas tendências rolaram nas águas da história. "O cabelo é o símbolo máximo de feminilidade. Quando o corte é feito contra a vontade, como demonstração de força e poder, é mais do que um gesto de brutalidade, é uma mutilação", fala a autora, citando os filmes Malèna e a A Filha de Ryan, nos quais o terrível castigo é imputado a prostitutas e adúlteras.

NEW LOOK – A editora de moda Erika Palomino sempre curtiu o estilo curtinho da atriz Mia Farrow
REPICADO – A atriz Fernanda Paes Leme tinha cabelão e teve de cortar para fazer um papel na TV

Nos anos 60, as tesouras deram um baile. Na vanguarda, as atrizes Mia Farrow e Jean Seberg, a estilista Mary Quant e a modelo Twiggy sucederam as "gamines", como eram chamadas as mulheres de cabelos curtinhos e de aparência frágil, assim como as atrizes Leslie Caron e Audrey Hepburn, ambas no começo de carreira.

Este ano, a top Isabeli Fontana causou impacto ao surgir lindíssima como uma gamine vamp, na campanha de maquiagem da Chanel. Teria a top dado adeus às longas madeixas? Nada disso, a produção usou uma peruca: "Mudanças radicais são sempre avaliadas em função da imagem da modelo e contratos de trabalho", lembra a agente da top, Monica Marques, da agência Mega.

Assunto que dá pano para manga, os fios sobem e descem ao sabor da moda, mas só no resto do planeta. No Brasil, ai do cabeleireiro que cortar um centímetro a mais do cabelo. É chilique, choro ou motivo para se esconder na certa.

ADEPTA – A atriz e modelo Maysa Mundim é bem cotada nos testes, graças ao corte moderno de seu cabelo
LONGO – A modelo Ana teria dificuldade para adotar um curtinho, mesmo que fosse por exigência profissional

PONTOS DE VISTA
O cabeleireiro Marco Antonio de Biaggi, expert em cabelos compridos (e blondies), comenta esse apego à cabeleira: "Você está falando com a pessoa certa. Atendemos 300 clientes por dia e todas elas querem seduzir e mostrar poder por meio dos cabelos longos, lisos, repicados e com boa textura. É só pensar em Adriane Galisteu, Luana Piovani, Aline Morais, Juliana Paes, Carolina Dieckmann, Isabeli Fontana, Maria Fernanda Cândido, que conciliam exuberância e personalidade”, fala Marco, que, em 20 anos de carreira, produziu 700 mulheres para capas das principais revistas femininas, todas de cabelões. "Acho que das 21 capas que fiz para a revista Nova, apenas em 3 delas as atrizes estavam de cabelos curtos."

Dos salões para o visagismo, um outro ponto de vista. Segundo Philip Hallawell, autor de Visagismo Integrado – Identidade, Estilo e Beleza (Ed. Senac), a identidade pessoal também se revela por meio do cabelo, e o jogo de comprimentos possibilita leituras que vão além do formato do rosto:
– O cabelo no ombro tem ação neutra. Abaixo, dá sensação de peso, de que a mulher necessita de apoio financeiro ou emocional, além da conotação de submissão, ao querer agradar ao homem. Se for liso e reto nas laterais do rosto, como entre dois trilhos, denota controle, rigidez. Longos, com ondas largas, e repicados, sinaliza sexualidade à flor da pele. Quanto mais curto, maior a independência, leveza, dinamismo. Com relação à estética, por volta dos 30 anos aos primeiros sinais de envelhecimento, o curto promove uma ação visual para cima, como um lifting, enquanto o cabelo pesado dá um efeito contrário.
Hallawell recorre à ciência para entender uma contradição típica da brasileira nos dias atuais, ou seja, assumir posições de comando ou reproduzir o que vê nas capas das revistas?
– As imagens provocam uma resposta emocional antes que sejam interpretadas. A avalanche de fotos sensuais e glamourosas é absorvida de maneira inconsciente e subliminar, e a mulher associa beleza exclusivamente a sensualidade. Mas será adequado ser sensual durante 24 horas? Conteúdo e valores como criatividade e dinamismo também são uma forma de beleza.


Aproveito, também, para responder pra nossa seguidora Prescila que há um tempo pediu dicas de alguns penteados práticos, como para uma entrevista na TV, ou uma palestra, ou ainda para estar impecável no ambiente de trabalho.
Então, acho que estas duas matérias do Visagismo podem lhe ajudar.
Pois podemos pensar em estilos de beleza a uma adequação da personalidade da cliente e ao conceito, perfil do programa, empresa ou mesmo relacionado a uma fase da vida. Voltamos àquela pergunta: O que você quer expressar? O que precisa ser expressado?
- Confiança, dinamismo, sensualidade, modernidade, feminilidade, rigidez.
Então as linhas, as cores expressas na maquiagem e cabelo ajudarão a expressar estes elementos.
Meninos aproveitem,também, estas dicas e procurem as referências para utilizarem em seus projetos da publicidade social.

Bjs


Para ver a matéria, na íntegra, com as imagens, acesse http://www.estadao. com.br/noticias/ suplementos, curta-ou- longa-metragem, 451671,0. htm

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